Vinhos tintos no Zona Sul, até R$ 30

O tema é um pedido antigo da Fernanda, pedido esse que foi um dos motivadores do blog. Então aí vai, embora, confesso, seja essa uma tarefa difícil. Um alerta, agora mais fácil de ser feito: use o aerador em qualquer um desses vinhos (post abaixo).

COLLI SENESI GEOGRAFICO 2009, Agricoltori del Geografico, Italia – 85% Sangiovesi, 15% Canaiolo. (R$ 29,98) Produzido na região de San Gimignano (mais conhecida pelo Vernaccia). Aroma vinoso, frutas vermelhas. Na boca muito agradável, sem grandes pretensões.

Quando viajamos para a Toscana eu e Beatriz provamos e gostamos muito do Chianti Classico Geografico, que também está à venda no ZS (R$ 49,98) e é bem superior ao Colli Senesi.

 

EDULIS 2008, Bodegas Altanza, Espanha –Tempranillo. (R$29,85) Uma grata surpresa. Bem ajustado, harmonico, taninos redondos. Vale o preço.

Conhecia o Edulis Crianza e o Edulis Reserva, mas os dois com preços acima de R$ 30.   

Na faixa de R$ 30, de uma maneira geral, vale a pena dar vez aos nacionais, em especial os Dal Pizzol e os Miolo da linha Fortaleza do Seival: passam um pouquinho dos R$ 30 ( se quiser comprar ao menos uma caixa consegue preços sensivelmente mais baixos nos sites dessas vinícolas), mas valem a pena e volta e meia estão em promoção.

Além desses, um argentino feito por brasileiro: Penedo Borges Cabernet Sauvignon, que até a semana passada estava em promoção, passando quase nada do limite de preço proposto.

Em todos os casos é importantíssimo lembrar: com o aerador são outros vinhos, realmente bem melhores.

Aerador de vinhos

Anunciado e vendido como um “melhorador de vinhos” posso dizer que tenho usado nos vinhos mais modestos ou baratos e essa expressão cai como uma luva. Um amigo definiu muito bem: “torna um vinho de R$ 30 em um vinho de R$ 60 ou mais”. Exageros a parte, muda muito realmente. Ainda não tive coragem de usá-lo em vinhos de mais qualidade (ou preço...) talvez por não dispensar o romantismo do uso do decanter, talvez por um resquicio de ceticismo mesmo.

De qualquer forma, sou entusiasta do uso no caso daqueles vinhos mais baratos e recomendo enfaticamente. A diferença é realmente assustadora. E tem ainda uma vantagem: é muito mais fácil manter a temperatura do vinho em sua própria garrafa - o que o aerador proporciona - do que em decanter.

Em www.winefiner.com.br  tem um video com demonstração do Wine Finer (um desses aeradores facilmente encontrado por aqui), inclusive com um depoimento do Danio Braga. Por R$199 pode ser comprado em diversas lojas e até mesmo na internet (www.pontofrio.com.br , www.shoptime.com.br). Fora do país se pode compra-lo por algo em torno dos US$ 30.

Encontra-se ainda pelo menos mais um outro aerador de qualidade, (video em http://www.youtube.com/watch?v=0EebQGhjBY4 ) que se chama VinoAir e que produz efeitos similares.

Bom, pela conta do meu amigo lá de cima, o custo estará 100% amortizado depois de comprar sete garrafas (se comprar o aerador no Brasil) ou depois de comprar duas garrafas (se comprar nos EUA). Se já valia a pena sem fazer a conta...

Degustação Solidária

Reproduzo, a seguir, email recebido da ABS- RJ (Associação Brasileira de Sommeliers - Rio de Janeiro), contendo uma convocação inteligente e solidária para ajudar às vítimas das chuvas na Região Serrana.

"Prezados(as),

Divulgamos a seguir mensagem de nosso colega Duda Zagari que está organizando uma Degustação Solidária para ajuda às vitimas dos deslizamentos de terra na Serra Fluminense.

Vamos todos participar.

Abraços,

Roberto Rodrigues

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"Na semana passada estive em Itaipava com meus amigos Cláudio Good e Anderson Barros (Diretor de Futebol do Botafogo) e pudemos ver de perto o que as pessoas estão passando. Fomos levar donativos que arrecadamos no Engenhão e no Botafogo e aproveitamos para prestar um trabalho solidário. Passamos o dia ajudando a separar alimentos, roupas e organizar a vida dessas pessoas.

No final do dia, exaustos, porém muito contentes de poder ajudar um pouco, tivemos a idéia de realizar um evento beneficente e pensamos na Degustação Solidária.
Liguei imediatamente para alguns amigos para saber suas opiniões e fechamos o evento."

Trata-se de uma degustação com a participação de diversas importadoras onde as pessoas terão a oportunidade de conhecer novos rótulos, beber os que já conhecem e o que é melhor: Fazer o bem.

Toda a renda do evento será revertida para as vitimas de Itaipava por meio do Centro Comunitário que está realizando um excelente trabalho como pudemos comprovar.

Penso que, se cada um fizer um pouquinho, podemos minimizar o sofrimento dessas famílias que perderam tudo. Não é só Roupas e Donativos que essas pessoas precisam. Amanhã precisarão de dinheiro para comprar material de construção, tinta, enfim, para recomeçarem a vida."

O evento conta com o apoio e participação do mestre Dânio Braga; dos sommeliers João Souza, Dionisio Chaves, Marcos Lima; dos jornalistas Alexandre Lalas e Bruno Agostini; dos críticos Oscar Daudt e Luciana Plaas; do consultor Paulo Nicolay e dos diretores da ABS Ricardo Farias, Célio Alzer e Roberto Rodrigues.

Na ocasião faremos algumas rifas de vinho, de uma Jamoneira e de 2 camisas oficiais do botafogo autografadas.

As importadoras que doaram seus vinhos e participarão do evento são:
- FTP Wines
- Mercovino
- Enoforum
- Hannover
- World Wine
- Grand Cru
- Vinci
- MM Vinhos
- Confraria Carioca
- Wine Experience
- Vinicola Maximo Boschi
- Vinicola Santo Emilio
- Cava de Vinhos
- Península
- Premium
- Wine Society
- KMM
- Casa Flora.

Contamos ainda com a participação da Caprilat que doou os queijos de Cabra e do Danes Buffet do Mauricio, que gentilmente cedeu o espaço e o Buffet.

Data: 27 de janeiro de 2011
Horário: à partir das 19 horas até as 23hs
Local: Sede do Botafogo (Av General Severiano, 97 - Botafogo). Podem parar o carro no estacionamento do shopping na Confraria que alguém mostrará como entrar.

Valor: R$ 100,00

O ingresso poderá ser adquirido na Confraria Carioca (21 2244-2286) ou pelo email duda@confrariacarioca.com.br

Conto com a presença de todos.

Abraços,
<a> Duda Zagari
Confraria Carioca"

Doação de água - Região Serrana

O www.winetag.com.br está oferecendo a possibilidade de compra de galões de água por preço especial para doação. O preço do galão está reduzido e a entrega já é feita diretamente em uma unidade arrecadadora. O link direto da compra é http://www.winetag.com.br/doeagua/ . Entrem lá se quiserem fazer a doação e aproveitem para visitar o resto do site que é bem legal e sempre tem ofertas de compra conjunta do tipo peixe urbano.
Vamos ajudar!!

Jantar no eñe

No ultimo sábado jantamos no eñe, mesa de 6 pessoas, aniversário do Marino. O eñe em si não correspondeu à expectativa, mas isso é um capítulo à parte. Para a diversidade da mesa nos servimos de dois vinhos (fora uma taça para a sobremesa).

O branco foi um  Val de Sil 2008, 100% Godello. Não conhecia essa casta e tive a oportunidade de aprender um pouco, na hora degustando, e depois acessando site da Val de Sil onde pode ser encontrada uma boa descrição da variedade ( www.valdesil.com/docroot/pdfs/Valdesil08.pdf), e um pouco da sua história e de como tem sido recuperada. Em geral agradou a todos na mesa. No nariz destacam-se flores brancas e cítricos. Na boca a mineralidade, com boa acidez e razoável volume ( www.peninsula vinhos.com.br  por R$ 106). No mix das entradas e pratos pedidos, terminou por ser uma boa pedida.

O tinto foi um conhecido Protos Reserva 2004, Bodega Protos. Um tempranillo de Ribera del Duero que sempre me agrada. No nariz frutas negras, especiarias e levemente baunilha. Na boca frutas negras, bem estruturado, taninos finos. Um vinho pronto para degustação que se harmonizou bem com a Paella de Pato e Feijão de Santarém (talvez um pouco vinho demais para o prato). Feliz escolha de toda forma. (www.peninsula vinhos.com.br  por R$ 248).

Ainda na sobremesa, uma taça de Alvear Pedro Ximenes de Añada, 2004. Uva Pedro Ximenes, bem conhecida. No nariz destacaram-se ameixa e mel. Na boca (doce, doce, doce) untuoso, gordo e delicioso, embora tenha sido um pouco demais para a Crema Catalana que, tímida, retirou-se de cena na presença do vinho.

Para um jantar italiano

Ontem me pediram opções de vinhos para acompanhar um jantar dedicado à culinária italiana. Sem entrar em conversas sobre o menu (basicamente um peixe no cartoccio e um lombo de cordeiro com polenta), me atrevo a indicar algumas poucas opções de vinhos italianos. Por que “me atrevo” e por que “algumas poucas”? Porque definitivamente os italianos não são minha praia e por isso não tenho uma base de comparação muito extensa. Mas os recomendados abaixo são inquestionáveis na qualidade e na relação custo x benefício. Então aí estão eles:

. Cervaro della Sala 2006, Antinori (R$220, na www.viavini.com.br) - Corte de Chardonnay (85%) e Grechetto (15%) - no site da Via Vini tem uma descrição exata de suas características

. Costebianche Chardonnay 2008, Luigi Coppo (R$83, na www.mistral.com.br) – 100% chardonnay, do Luigi Coppo, nome incontestável em chardonnay italiano, dentre os quais produz também o Monteriolo Chardonnay (que também é trazido pela Mistral, mas indisponível no momento), para mim o melhor dos chardonnay italianos, embora em uma faixa de preço bem mais alta que o Costebianche.

. Il Bruciato 2006, Antinori (garrafa de 1.500 ml, R$ 236, na Via Vini) – Corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Syrah, esse é uma unanimidade; não conheci ainda qualquer pessoa que após degustá-lo não o tenha considerado como um best buy. Vale a pena sempre ter na adega.

. Sassoalloro IGT 2006, Castello di Montepò / Jacopo Biondi Santi (R$126, na Mistral) – Sangiovese Grosso (Brunello), entra ano, sai ano o Sassoalloro permanece na lista de melhores na sua faixa de preço. Agrada a gregos e troianos e acompanha bem uma variedade de pratos de forma que já o tornou um clássico da Toscana.

Como não me foi pedido acompanhamento para a sobremesa calo-me sobre os passitos e vin santo (ufa, dessa escapei...).

Tabela de safras

É difícil achar tabelas de safra por aí e muito mais difícil ainda encontrar tabelas que sejam confiáveis. Em geral elas não têm abertura de regiões de forma adequada a respeitar a característica do clima e de seus efeitos no respectivo terroir.

A que eu costumo usar até porque recebo todo ano em um formato de bolso é a da Mistral. Quem quiser dar uma olhada pode encontrá-la em www.mistral.com.br/content/pdf/24.pdf em formato que dá para imprimir em tamanho reduzido, se respeitadas as dobras.

Espumantes nacionais preferidos

Para virar o ano, champagne ou espumante? Gosto e bolso são os fatores que decidem. Eu vou abrir uma Grande Dame Brut 1998 que está lá quietinha esperando mesmo uma ocasião especial. E esses anos, tanto o que está acabando quanto o que está chegando, merecem.

Se o caso é de espumante eu fico com os nacionais, pela qualidade e pela relação preço - valor. Sem compromisso com preço, aí vai a lista de espumantes nacionais favoritos, na ordem de preferência:

. Cave Geisse Brut Nature Terroir (R$ 90 a R$ 110)

. Cave Geisse Terroir Rosé (R$ 90 a R$ 110)

. Casa Valduga Gran Reserva Natura (R$ 90 a R$ 110)

. Miolo Millésime (R$ 65 a R$ 85)

. Chandon Excellence (R$ 70 a R$ 95)

. Casa Valduga Espumante 130 (R$ 55 a R$ 65)

A indicação de preços é fruto de uma coleta rápida de preços por internet e certamente, se for para comprar uma quantidade maior, encontra-se preços melhores.

Um feliz 2011 para todos!!!

Almoço de hoje

Beatriz e eu acabamos de sair do Chez L’Ami Martin, onde ficava o Pax, no final da Gal. San Martin (a duas quadras do escritório, que maldade!). Excelente para quem ficou órfão do Chocolate do Fashion Mall se reencontrar com a perfeição da cozinha do Pascal Jolly.

Entrada de figos grelhados em redução de balsâmico e salada de rúcula com lascas de parmesão e como pratos principais o clássico Steak Tartar e um Bavette Maison (fraldinha assada em 3 horas, legumes, e puré de batata).

O vinho? Um Chateau Pineraie 2006, de Cahors,  sudoeste da França. No almoço custou R$ 90 e no importador, o Club du Taste Vin (www.tastevin.com.br ),  o preço é R$ 49,50.

Cahors é a região francesa da malbec que se deu tão bem na Argentina. Para quem já se cansou dos malbec argentinos (e cansa!) sugiro experimentar o Chateau Pineraie. Ainda mais porque, com o preço que se consegue compra-lo, acho que não vamos encontrar qualquer argentino com a finesse do Pineraie. Está prontíssimo para ser degustado e mesmo assim algum par de anos ainda deve fazer bem a ele. Eu mesmo, que há anos não o reencontrava, saí do restaurante com a determinação de comprar uma caixa. Alguém quer carona?

O tinto do Natal

Na nossa ceia, além do Catena Chardonnay 2009 e do Valduga Brut Premium já comentados abaixo, teve o chileno Amayna Pinot Noir 2008 (Mistral, R$ 90), indicado como "Melhor Vinho do Novo Mundo" por Steven Spurrier, da Decanter, revista que classifica Amayna como "a mais excitante vinícola chilena da atualidade".

Servimos a mais ou menos 18 graus, com aerador (esse foi o primeiro caso em que usei o aerador e desconfiei que teria sido melhor não faze-lo).

Corpo médio. No nariz  bastante frutas vermelhas e baunilha. Na boca estava redondo, embora ainda possa melhorar se for apreciado daqui a uns dois anos. Final persistente e agradável.

Resumindo: valeu o preço e confirmou a expectativa.